Resumo:
A erosão do solo que resulta do uso agrícola da terra associa-se com impactos ambientais e perda de produtividade. A predição de erosão baseia-se em modelos, como USLE ou WEPP. No Brasil, tradicionalmente, a escala para o planejamento da conservação do solo é a da microbacia hidrográfica (1000 a 5000 ha) e os programas de conservação do solo que existem nessa escala no sul do país são referências internacionais. A quantificação da erosão como variável georreferenciada é essencial para sua análise em conjunto com outros dados importantes processados por Sistemas de Informação Geográfica (SIG). Neste trabalho descreve-se um programa computacional chamado “Erosion Database Interface” (EDI) que permite aplicações georreferenciadas da USLE e do WEPP numa escala de bacia hidrográfica. O EDI funciona como uma interface pura, permitindo a conexão do EDI com qualquer SIG que trabalha com formato de vetor. O fato de se basear em vetores, a ação como interface pura e a flexibilidade de se adaptar a escalas diferentes são aspectos que distinguem EDI de outras ferramentas para se fazer predição espacial de erosão. Para uso com a USLE, cada tipo de solo tem seu valor de K e cada tipo de uso tem seu valor de CP. O fator R é uma constante e os valores de LS são calculados com base nos dados topográficos. Para uso com o WEPP, após dividir os transectos em Overland Flow Elements, EDI confecciona arquivos de entrada para o solo, o manejo e o declive usados pelo WEPP para calcular as taxas de erosão. Baseado nos valores de entrada de USLE ou WEPP, o EDI gera arquivos de saída com a longitude, latitude e perda de solo. Para ilustrar o desempenho do EDI numa escala compatível com o planejamento do uso em microbacias hidrográficas, um exemplo prático de uma área de cana-de-açúcar de 2.000 ha no sudeste do Brasil (Piracicaba, SP) foi utilizado. Os mapas que resultaram e algumas estatísticas são mostradas e se conclui que EDIé um programa eficiente para a predição georreferenciada da erosão utilizando USLE ou WEPP. A apresentação das taxas de erosão na forma de informação georreferenciada dá uma dimensão nova quando comparada com os valores médios.
Palavras-chave SIG, BACIA HIDROGRÁFICA, MODELOS DE ESTIMATIVA DE EROSÃO
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